Jean Carlo Emer

Foi com surpresa e grande satisfação que recebi no início deste ano o convite dos amigos Jaydson e Felipe para palestrar na maior conferência de Javascript do universo. No ano anterior, havia participado ativamente do evento, a Grifo havia colaborado desenvolvendo o website. Eu conhecia todos os bastidores do evento, faltava o palco.

Concordo que já seja um pouco tarde, o evento ocorreu no mês de agosto, mas só agora senti que seria pertinente falar sobre o assunto. Lembro que, tão logo passou a excitação do convite, dei-me conta do tamanho da responsabilidade. Eu não sabia, mas seria anunciado como prata da casa, sem palavras.

Desde o início eu soube que queria apresentar conteúdo técnico. Sou formado em Ciências da Computação e muito por isto gosto de definir muito bem as ferramentas, abordagens e técnicas que utilizo. Sinto a falta desta prática no dia-a-dia do front-end.

Pronto, esta seria minha palestra: um panorama sobre os paradigmas da linguagem terminando no calcanhar da modularização. Dei um nome bonitinho e uma introdução falando sobre a ubiquidade da linguagem só para quebrar o gelo. Ao mesmo tempo, eu queria que, indiferente do nível de conhecimento, todos aproveitassem. Além do desafio de conseguir abordar o tema em quarenta minutos, eu consideraria também mais esta restrição.


Este foi meu primeiro grande evento, o público foi em torno de mil pessoas, é óbvio que eu estava um tanto ansioso e apreensivo já no primeiro dia. Pra ajudar um pouco, logo pela manhã, conversei sobre o uso do operador new com o Crockford e ele foi sumariamente contra. Confesso que fiquei embaraçado, gosto muito de construtores e minha palestra falaria deles.

Na tarde do primeiro dia, aproveitei para conversar um pouco com um dos caras que mais respeito quando se trata de JavaScript: Angus Croll, o quebrador de regras. Mostrei e expliquei a ele todos os slides e ele prestou atenção a cada detalhe. No fim, comentei que eu estava um tanto preocupado por apresentar algumas abordagens que, mesmo eu acreditando cegamente, conhecia quem as repudiasse. A resposta de Angus foi curta e muito boa: "Você fez a sua pesquisa e está muito bom, não se preocupe".

No segundo dia, subi no palco e apresentei o melhor conteúdo que eu poderia oferecer. Sei que não foi uma palestra perfeita, nunca será e este não era o objetivo. Mas a experiência foi ótima, o feedback foi positivo e as críticas muito construtivas. Conheci muitos desenvolvedores desde então e tenho escrito e palestrado o máximo que posso. Tem sido um prazer.


Falando um tanto dos pontos polêmicos. Escolhi CoffeeScript por ser uma linguagem que usei para aprender muito de JavaScript e que até hoje não entendo o porquê do preconceito em torno. Também mostrei códigos escritos de diferentes maneiras, incluindo Comma First, sou um exibicionista.

Gosto de pensar que é preciso conhecer diferentes linguagens e maneiras de escrita de código, e neste último aspecto, não deixar de respeitar a um padrão já estabelecido.


Os slides da palestra estão no Speaker Deck e o vídeo você confere abaixo.